terça-feira, 13 de maio de 2008

Resumo de Iracema

I – Martim acorda em terras brasileiras e ouve alguém gritar por Iracema. Ele vê um barco indo embora.

II – Iracema está junto à natureza, banhado-se, quando Martim a surpreende. Ela joga uma flecha nele, que apenas o machuca. Se arrepende, pede perdão e pergunta de onde ele vem. Ele diz que é de terras distantes. Ela o leva até a aldeia.

III – Iracema leva Martim até o Pajé, que o recebe com muita hospitalidade e lhe diz que ele foi trazido por Tupã. Por conta disso, o pajé, pai de Iracema, diz a Martim que ele pode ter tanta fartura e mulheres da aldeia quando quiser.

IV – Iracema vai à barraca de Martim com as índias que o servirão. Ele diz que queria Iracema. Ela diz que deve permanecer virgem. Ele sai da cabana, ela o busca e pergunta porque estava indo embora. Ele responde que queria ver os amigos. Iracema postula a Martim que fique ate seu Irmão Caubi voltar da caça para que o ajude a encontrar os amigos. Voltam à cabana e ele dormiu escutando Iracema cantar.

V – Irapuã prepara todos para a guerra contra Martim. Andira, um velho guerreiro, propositalmente deixa o tacape (arma)de Irapuã cair no chão. Esta atitude demonstra que Andira não quer guerra. Irapuã, que acha que o melhor meio é a guerra, xinga-o.

VI – Martim acorda. Iracema pergunta se há uma noiva o esperando. Ele diz que sim, mas que prefere Iracema a ela. A índia leva o estrangeiro para um bosque de juremas. Ela dá a ele uma bebida alucinógena. Eles têm um momento de romance. Ele adormece.

VII – Irapuã surge no bosque e diz que está com ciúmes por Iracema estar acompanhando Martim. Ele diz que, quem sabe se matar Martim e chupar seu sangue, Iracema talvez o queira. Iracema diz que nunca se entregará a Irapuã. Aponta uma flecha para ele e diz que não o deixará machucar Martim. Irapuã vai embora mas jura vingança.

VIII – Martim acorda e vê Iracema triste. Ela diz que é porque o estrangeiro partirá assim que Caubi, irmão de Iracema, chegar. Martim diz que fica, para vê-la feliz. Ele diz que quer deitar-se com ela, ela diz que quem a possuísse morreria e ela, logo depois. Ele diz que vai embora para mantê-la em segurança.

IX – Martim avisa ao Pajé que ele vai embora. Eles preparam as coisas para a partida do estrangeiro. Iracema dá a ele uma rede. Iracema se despediu de Martim com um beijo.

X – Iracema está triste. Ouve o grito de guerra de Caubi e sai correndo saber o que está acontecendo. Caubi estava protegendo Martim de Irapuã e do resto dos guerreiros. Caubi diz para Iracema levar Martim até a cabana do Pajé. Martim peita Irapuã e diz que não derramará sangue em terra hospedeira. Os guerreiros afastaram Caubi e Iracema e estavam para enfrentar Martim quando soou o grito de guerra dos pitiguaras (tribo inimiga dos tabajaras).

XI – Os guerreiros tabajaras procuraram os pitiguaras. Irapuã, pensando que fosse armação de Iracema para salvar Martim, vai até a cabana para matar o estrangeiro. Araquém, o pajé, o defende, dizendo que ele hóspede de Tupã. Irapuã diz que Iracema se entregou para Martim. Araquém diz que, se isso acontecer, Iracema morre. Para proteger Martim, o pajé abre um buraco na terra com a ajuda de Tupã.

XII – Martim sussurra para Iracema que o soar dos pitiguaras era de seu amigo, Poti. Martim diz que precisa falar com ele. Iracema o proíbe, por causa do perigo de Irapuã. Ela vai, no lugar do estrangeiro, falar com Poti.

XIII – Iracema fala com Poti, fala sobre a ira dos tabajaras para com Martim. Poti avisa que irá salvar o amigo. Ele ouve ruídos na floresta e sai a procurar de quem são. Ela volta à cabana. Martim lhe diz que sairá para ajudar Poti. A índia o alerta para a perseguição de Irapuã. Irapuã e os guerreiros planejam matar Martim, mas Caubi os impede e abre um buraco na terra. Iracema e Martim entram na gruta feita.

XIV – Caubi continua protegendo Martim. Poti fala com Martim na gruta através de Tupã. Iracema tem um plano: quando todos estiverem dormindo, após a festa da lua das flores, ela guiaria Martim para fora de Ipu, a tribo dos tabajaras. Poti concorda.

XV – Iracema e Martim estão na gruta e se beijam. Martim está cheio de desejo por Iracema, ele pede a ela que lhe traga o licor alucinógeno. Ele visiona os dois se amando. Ao acordar, percebeu que era real seu sonho. Iracema já não era mais virgem.

XVI - Os tabajaras festejam. Iracema distribui o vinho de jurema (alucinógeno), e os guerreiros deliram. Quando todos dormiam, Iracema e Martim vão de encontro a Poti. A índia os leva para fora dos campos dos tabajaras. Ela e Martim trocam juras de amor, despedindo-se.

XVII – Já fora de Ipu, Iracema conta a Martim não pode mais abandona-lo, pois tornou-se sua esposa (deitaram-se juntos em meio ao delírio do guerreiro). Os três caminham em direção às terras dos pitiguaras.

XVIII – Martim e os pitiguaras ficam amigos, através de Poti. Todos lutam contra os tabajaras; Iracema protege Martim de Irapuã. Ela se entristece ao ver a derrota de seus irmãos.

XIX – Todos comemoram a vitória. Poti deixa Japi, seu cão fiel, para Martim ser guiado.

XX – Martim diz a Jacaúna, chefe dos pitiguaras, que deve sair dali. Poti, Iracema e Martim viajam pelas terras arredores.

XXI – Poti mostra a Martim o Mocoripe, grande morro das areias. O guerreiro branco, seu amigo e sua esposa decidem habitar as margens do rio perto do Mocoripe.

XXII – Poti conta a história de seu avô, Batuireté. Os dois amigos decidem visitá-lo. Abraçam-no e logo após, o velho morre.

XXIII – Poti diz à Martim que Iracema está grávida e ele beija os seios da esposa, feliz. Martim diz o quanto ama o amigo e a esposa.

XXIV – Iracema e Poti fazem um ritual para tornar Martim um verdadeiro “guerreiro vermelho”. Chamam-no de Coatiabo.

XXV – Passou-se tempo e Martim sente muita saudade de sua terra natal, tornando-se distante e arredio. Um mensageiro chega e avisa Poti que haverá uma batalha nos campos dos pitiguaras. Poti e Martim prometem ajudar seus irmãos.

XXVI – Eles partem para guerrear, dando a Iracema um sinal de que voltariam (flecha com pluma vermelha fincada no chão). Iracema se entristece.

XXVII – Martim e Poti voltam vitoriosos. Martim sente saudades de sua terra ainda mais. Mas não pensa em voltar, para não afastar Iracema de sua terra. Iracema sofre com o distanciamento do esposo.

XXVIII – Certo dia, Martim vê Iracema chorando. Ela lhe diz que ele não mais ama, que ela perdeu o encanto. Ela diz a Martim que, assim que seu filho nascer, ela irá morrer e ele poderá voltar à sua terra.

XXIX – Poti avisa Martim que os tupinambás invadirão as terras pitiguaras. Os amigos partem para a batalha. Vencem e festejam.

XXX – Nasce o filho de Iracema e ela o nomeia Moacir (filho da dor). Caubi a visita e diz que a perdoou. Ela lhe mostra o filho.

XXXI – Após alimentar o irmão, Iracema pede que ele volte para tomar conta do pai Araquém. Assim que ele sai, Iracema tentar alimentar seu filho, porém sem sucesso. Após grande esforço, ela consegue. Sofre.

XXXII – Poti e Martim vêem Iracema. Ela pousa Moacir nos braços de Martim e morre. Ele a enterra perto de um coqueiro. Martim sofre.

XXXIII – Martim volta às terras brasileiras, trazendo padres e guerreiros de sua terra, e o filho.

Características

O gênero literário

Para José de Alencar, como explicita o subtítulo de seu romance, Iracema é uma "Lenda do Ceará". É também, segundo diferentes críticos e historiadores, um poema em prosa, um romance poemático, um exemplo de prosa poética, um romance histórico-indianista, uma narrativa épico-lírica ou mitopoética. Cada uma dessas definições põe em relevo um aspecto da obra e nenhuma a esgota: a lenda, a narrativa, a poesia, o heroísmo, o lirismo, a história, o mito.

O foco narrativo

A narrativa é em terceira pessoa e o narrador é onisciente e onipresente. No começo do livro o narrador é em primeira pessoa.

O tempo

O encontro da natureza (Iracema) e da civilização (Martim) projeta-se na duplicidade da marcação temporal. Há em Iracema um tempo poético, marcado pelos ritmos da natureza e pela percepção sensorial de sua passagem (as estações, a lua, o sol, a brisa), e que predomina no corpo da narrativa, e um tempo histórico, cronológico. O tempo histórico situa-se nos primeiros anos do século XVII, quando Portugal ainda estava sob o domínio espanhol (União Ibérica), e por forças da união das coroas ibéricas, a dinastia castelhana ou filipina reinava em Portugal e em suas colônias ultramarinas.

A ação inicia-se entre 1603 e o começo de 1604, e prolonga-se até 1611. O episódio amoroso entre Martim e Iracema, do encontro à morte da protagonista, dá-se em 1604 e ocupa quase todo o romance, do capítulo II ao XXXII.

O espaço

A valorização da cor local, do típico, do exótico increve-se na intenção nacionalista de embelezar e engrandecer a terra natal por meio de metáforas e comparações que ampliam as imagens de um Nordeste paradisíaco, primitivo, que nada tem a ver com a aspereza do sertão do semi-árido. É o Nordeste das praias e das serras (Ibiapaba), dos rios (Parnaíba e Jaguaribe) e dos campos de Ipu.

Análise

A relação do casal serviria de alegoria para a formação da nação brasileira. A índia Iracema representaria a natureza virgem e a inocência, enquanto o colonizador Martim (referência explicita ao deus romano da guerra Marte) representa a cultura européia. Da junção dos dois surgirá a nação brasileira, representada alegoricamente, pelo filho do casal, Moacir ("filho da dor").

Para alguns críticos, a palavra Iracema é um anagrama de América, tratando-se o livro pois de uma metáfora sobre a colonização americana pelos europeus. O desenvolvimento da história e, principalmente o final, assemelham-se em muito a história do novo continente.

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