Quebradores de Pedra |
Artes Plásticas - A tendência expressa-se sobretudo na pintura. As obras privilegiam cenas cotidianas de grupos sociais menos favorecidos. O tipo de composição e o uso das cores criam telas pesadas e tristes. O grande expoente é o francês Gustave Courbet (1819-1877). Para ele, a beleza está na verdade. Suas pinturas chocam o público e a crítica, habituados à fantasia romântica. São marcantes suas telas Os Quebradores de Pedra, que mostra operários, e Enterro em Ornans, que retrata o enterro de uma pessoa do povo. Outros dois nomes importantes que seguem a mesma linha são Honoré Daumier (1808-1879) e Jean-François Millet (1814-1875). Também destaca-se Édouard Manet (1832-1883), ligado ao naturalismo e, mais tarde, ao impressionismo. Sua tela Olympia exibe uma mulher nua que "encara" o espectador.
Literatura - O realismo na Literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O romance - social, psicológico e de tese - é a principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distração e torna-se veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.Na passagem do romantismo para o realismo misturam-se aspectos das duas tendências. Um dos representantes dessa transição é o escritor e dramaturgo francês Honoré de Balzac (1799-1850), autor do conjunto de romances Comédia Humana. Outros autores importantes são os franceses Stendhal (1783-1842), que escreve O Vermelho e o Negro , e Prosper Merimée (1803-1870), autor de Carmen, além do russo Nikolay Gogol (1809-1852), autor de Almas Mortas.
O marco inicial do realismo na Literatura é o romance Madame Bovary , do francês Gustave Flaubert (1821-1880). Outros autores importantes são o russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), cuja obra-prima é Os Irmãos Karamazov; o português Eça de Queirós (1845-1900), que escreve Os Maias; o russo Leon Tolstói (1828-1910), criador de Anna Karenina e Guerra e Paz; os ingleses Charles Dickens (1812-1870), autor de Oliver Twist, e Thomas Hardy (1840-1928), de Judas, o Obscuro.
A tendência desenvolve-se também no conto. Entre os mais importantes autores destacam-se o russo Tchekhov (1860-1904) e o francês Guy de Maupassant (1850-1893).
CARACTERÍSTICAS DO REALISMO/NATURALISMO
a) APEGO À OBJETIVIDADE – Não há mais espaço para uma literatura com textos prolixos, com descrições exaltadas de paisagens e de personagens.
b) CRENÇA NA RAZÃO – A emoção cede lugar à razão, sugerindo frieza (às vezes crueza) nas relações amorosas.
c) MATERIALISMO – A literatura passa a exibir uma visão materialista da vida, do homem e da sociedade, negando a relação com Deus.
d) CIENTIFICISMO – A defesa de que a vida e as ações dos homens são determinadas pela ciência é postura radical do Naturalismo.
e) DETERMINISMO – O Naturalismo constrói personagens cuja conduta obedece a três variáveis: a hereditariedade (que explica as tendências, os caracteres e as patologias), o meio (capaz de determinar o comportamento) e o momento histórico (responsável pelas ideologias).
f) PROBLEMAS PATOLÓGICOS – A literatura passa a retratar temas que chocam a sociedade: homossexualismo, lesbianismo, incesto, taras sexuais, loucura, adultério, racismo, prostituição.
AUTORES E OBRAS
MACHADO DE ASSIS
Origem humilde – O pai era mulato, pintor de paredes do Morro do Livramento, no Rio de Janeiro. A mãe era portuguesa e lavava roupa para ajudar nas despesas de casa.
Infância paupérrima – Machado teve, pois, uma infância paupérrima, de menino do morro, com as dificuldades comuns de uma família pobre.
Órfão – O pai, a mãe e a irmã logo morreram. Maria Inês, a madrasta, deu-lhe carinhos de mãe e foi quem o alfabetizou, auxiliada por um padre da Igreja de Lampadosa.
Escola: um sonho distante – Maria Inês trabalhava na cozinha de uma escola dirigida por senhoras. Graças a essa atividade, o menino Machado de Assis pôde ali se matricular. A disciplina incluía palmatória e castigos corporais, mas Machado era aluno exemplar, ávido por conhecimento.
Vendedor de balas e doces – No período em que não estava na escola, o garoto pobre, magro, franzino vendia balas e doces (fabricados pela madrasta) nas ruas de São Cristóvão.
Francês na padaria – A proprietária da padaria do bairro (São Cristóvão) logo simpatizou com Machado de Assis. Começou, então, a dar-lhe aulas de francês. A evolução foi espantosa: Machado dominou rapidamente a nova língua. No futuro, valeu-se desses conhecimentos para ser revisor de provas na Imprensa Nacional.
Primeiro emprego – Machado de Assis, já rapaz, precisava trabalhar. A Livraria e Tipografia Paula Brito era a mais famosa da época, no Rio de Janeiro. Ali Machado foi atrás do seu primeiro emprego. Não sabia fazer nada, mas queria estar em contato com livros e escritores.
Aprendiz de tipógrafo – Depois de uma certa experiência, foi admitido na Imprensa Nacional como Aprendiz de Tipógrafo. Às vezes deixava de fazer o seu trabalho para entregar-se a leituras. Os colegas logo o denunciaram ao diretor da casa. Nasceu, assim, a amizade com Manuel Antônio de Almeida, o festejado autor de Memórias de um Sargento de Milícias.
Obras:
1ª FASE (Tendências românticas) Obras: Ressurreição, A mão e a luva, Helena, Iaiá Garcia
Características Gerais:
- crença nos valores da época;
- estrutura de folhetim
- esquematismo psicológico.
ü 2ª FASE (Tendências realistas)
- Obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.
Características Gerais:
- Análise psicológica (os seres vistos em sua complexidade psíquica)
- Análise dos valores sociais (os valores que a sociedade cria para justificar sua própria existência)
- Pessimismo (descrença nos indivíduos e na organização social)
- Ironia (o chamado “sense of humor”, inspirado nos ingleses Stern e Swift)
- Refinamento da linguagem narrativa.
ü Principais personagens:
ü Brás Cubas, Vigília, Quincas – (Memórias Póstumas de Brás Cubas)
ü Bentinho, Capitu, Escobar, José Dias, – (Dom Casmurro)
ü Quincas Borba, O cão e o Filósofo, Rubião, Sofia e Palha – (Quincas Borba)
ROMANTISMO x REALISMO
Principais diferenças entre Romantismo e Realismo:
Ø ROMANTISMO (1836-1881)
- Ênfase na fantasia;
- Predomínio da emoção;
- Proximidade emocional entre autor e os temas;
- Subjetividade;
- Escapismo (literatura como fuga da realidade);
- Personagens idealizados;
- Nacionalismo;
Ø REALISMO (1881 – 1893)
- Ênfase na realidade;
- Predomínio da razão;
- Distanciamento racional entre o autor e os temas;
- Objetividade;
- Engajamento (literatura como forma de transformar a realidade)
- Retrato fiel das personagens;
- A mulher numa visão real, sem idealizações...
- Universalismo.
Ø Naturalismo (características)
- Determinismo biológico;
- Objetivismo científico;
- Temas de patologia social;
- Observação e análise da realidade;
Ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual;
- Linguagem simples;
- Descrição e narrativa lentas
- Impessoalidade;
- Preocupação com detalhes.
Principais autores: Aluísio Azevedo,
“O mulato”, em 1881: início do Naturalismo no Brasil; “O Cortiço”,
Raul Pompéia, “O Ateneu”.
DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO
ü REALISMO
- Forte influência da literatura de Gustave Flaubert (França).
- Romance documental, apoiado na observação e na análise.
- A investigação da sociedade e dos caracteres individuais é feita “de dentro para fora”, por meio de análise psicológica capaz de abranger sua complexidade, utilizando a ironia, que sugere e aponta, em vez de afirmar.
- Volta-se para a psicologia, centrando-se mais no indivíduo.
- As obras retratam e criticam as classes dominantes, a alta burguesia urbana e, normalmente, os personagens pertencem a esta classe social.
- O tratamento imparcial e objetivo dos temas garante ao leitor um espaço de interpretação, de elaboração de suas próprias conclusões a respeito das obras.
ü Naturalismo
- Forte influência da literatura de Émile Zola (França).
- Romance experimental, apoiado na experimentação e observação científica.
- A investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre “de fora para dentro”, os personagens tendem a se simplificar, pois são vistos como joguetes, pacientes dos fatores biológicos, históricos e sociais que determinam suas ações, pensamentos e sentimento.
- Volta-se para a biologia e a patologia, centrando-se mais no social.
- As obras retratam as camadas inferiores, o proletariado, os marginalizados e, normalmente, os personagens são oriundos dessas classes sociais mais baixas.
- o tratamento dos temas com base em uma visão determinista conduz e direciona as conclusões do leitor e empobrece literariamente os textos.
ALUÍSIO AZEVEDO
(1857-MA,1913–BUENOS AIRES)
ü Principais características:
- Expressão de destaque no naturalismo brasileiro;
- Sua linguagem literária era chocante, objetiva e direta. Procurava denunciar pela palavra a miséria, a corrupção moral. Muitos de seus personagens são doentes físicos, mentais, vítimas de suas próprias imperfeições.
- Demonstrava nítida preocupação com as classes marginalizadas pela sociedade.
OUTRAS OBRAS
- O Mulato
- Casa de Pensão
- O Cortiço (obra máxima do Naturalismo brasileiro).
O CORTIÇO
- Revelação da miséria urbana
- Enfoque nas classes marginais
- Determinismo do meio (tese dominante)
- Domínio do coletivo sobre o individual
- Desagregação dos instintos
- Principais personagens: João Romão, Bertoleza, Miranda, Jerônimo, Rita Baiana e Pombinha.
RAUL POMPÉIA
(1863 – 1895)
ü Principais características:
- Nasceu em Angra dos Reis e suicidou-se no Rio de Janeiro, na noite de Natal.
- Sua obra “O Ateneu” apresenta inspiração na adolescência do autor (estudou num colégio interno, o Colégio Abílio)
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